27
de abril
de 1937: A morte do filósofo Antonio Gramsci
"O desafio da modernidade
é
viver sem ilusões,
sem se tornar desiludido".
Antonio Gramsci
Tuberculoso, o filósofo italiano
Antonio Gramsci, 46 anos, morreu numa clínica em Roma, quatro dias depois de
alcançar a liberdade. Antifascista, foi preso em 1926, condenado a mais de
vinte anos de prisão, onde permaneceu até receber a liberdade condicional,
motivada por sua saúde debilitada, as vésperas de sua morte.
Deixou viúva a russa Giulia Schucht,
violinista com quem teve dois filhos.
Italiano da Sardenha, Antonio
Gramsci nasceu em 23 de janeiro de 1891. Foi na Universidade de Turim, onde
cursou Literatura, que entrou em contato com a Federação Juvenil Socialista, o
que culminou com sua filiação ao Partido Socialista em 1914. Para defender suas
ideias, lançou ao final da Primeira Guerra o jornal L´Ordine nuovo, que
reivindicava a participação política do proletariado.
Mais tarde, seria um dos fundadores
do Partido Comunista Italiano, o que o levaria a passar um período de dois anos
na União Soviética, como membro executivo da Terceira internacional, enquanto
na Itália o fascismo cresce imponente. De volta ao país, encontra uma realidade
política bastante delicada e assume a direção do partido, com a missão de
hegemonizar as forças de esquerda. Incansável, não consegue o triunfo. E refém
de toda sorte de especulações e intrigas políticas acaba preso pela polícia
italiana.
Gramsci se dispôs a estabelecer uma
unidade entre a teoria e a prática do marxismo. Criticou o elitismo dos
intelectuais e exerceu profunda influência sobre o pensamento marxista. Dono de
uma obra consubstanciada em cadernos escritos nos anos de prisão, só publicada
após a guerra, a parte mais notável são suas Lettere dal carcere (1947):
notável documento humano e cultural em que revela suas preocupações familiares
e discute problemas filosóficos e estéticos.
FONTE: JORNAL DO BRASIL
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