FAÇA DIFERENTE

FAÇA DIFERENTE
FAÇA a COISA CERTA

sábado, 19 de março de 2011

Maior dinossauro carnívoro do Brasil é descoberto no Maranhão


Pesquisadores do Museu Nacional apresentaram nesta quarta-feira o espinossaurídeo Oxalaia quilombensis, o maior dinossauro carnívoro já encontrado no Brasil. Vestígios do maxilar e da narina do réptil foram encontrados na Ilha de Cajual, no Maranhão, e seriam do Cretáceo Superior.
A espécie é muito semelhante a outras já descritas na África. A aparência deve-se provavelmente ao fato de que, no período histórico anterior, aquele continente era ligado à América do Sul, o que proporcionou a migração de animais de uma região para outra.
De acordo com os fósseis achados, foi possível estimar o tamanho do Oxalaia: ele teria entre 12 e 14 metros de comprimento, e massa variando entre 5 e 7 toneladas. Seu nome é uma homenagem a Oxalá, divindade masculina mais respeitada da religião africana. "Quilombensis", por sua vez, faz alusão aos quilombos que existiam na ilha.
FONTE: O GLOBO

IMPÉRIO ROMANO - PARTE 1

Vídeo-aula divertida e didática sobre o Império Romano e todo o explendor da Civilização da Roma Antiga.

IMPÉRIO ROMANO - PARTE 2

quarta-feira, 16 de março de 2011

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.


Rubem Alves









Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. 

Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. 

Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. 

Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. 

O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.


terça-feira, 15 de março de 2011

ESTUDAR HISTÓRIA


O Historianet acredita que além do conteúdo de determinada disciplina, o estudante precisa começar a valorizar a forma, ou seja, a metodologia de estudo.

Em História avaliamos que seja necessário compreender os acontecimentos com lógica de raciocínio, uma lógica dialética onde o estudante possa assimilar, relacionar e explicar os fatos históricos e seus significados no contexto em que estão inseridos.

A preocupação em desenvolver uma metodologia para o estudo de História é produto de nossa própria experiência no magistério, onde percebemos que mesmo aquele aluno que deu a devida atenção e entendeu um determinado assunto estudado, terá problemas por não saber às vezes como estudar a matéria.

Naturalmente devemos levar em consideração que o ensino médio é essencialmente informativo priorizando a quantidade, que é extensa e diversificada, já que existem várias frentes de cada matéria.

Nas aulas de História, ainda é comum a presença daquele estudante que apesar de ter compreendido o assunto, manifesta-se preocupado com uma frase que já se tornou comum em sala de aula: - Professor, compreendi a aula, mas não sei como estudar História.

Essa constatação levou-nos a desenvolver um roteiro de estudo, visando facilitar a análise dos fatos e mostrar ao mesmo tempo, a importância de entender um assunto com lógica de raciocínio, pois só assim será possível uma análise mais crítica e dialética da História, onde os fenômenos possam ser entendidos com mais lucidez desde suas origens até suas conseqüências.

O roteiro proposto é formado apenas por cinco itens (espaço/tempo; contexto histórico; antecedentes; o evento, desdobramentos), que servem para análise dos mais diversos temas, ou seja, através de uma mesma linha de raciocínio pode-se analisar tanto uma aula sobre Reforma Religiosa, como outra sobre Revolução Francesa.

A primeira preocupação quando analisamos um acontecimento, é situa-lo no tempo e no espaço, condição elementar para compreensão de qualquer fato histórico e para criar o hábito na utilização de mapas (noção de espaço) e outras ilustrações, auxiliares na caracterização de uma certa época (noção de tempo).

O segundo passo é analisar o contexto histórico, isto é, a realidade histórica que cerca o fato em questão. É o ponto mais importante do roteiro, pois desmistifica a História factual, mostrando ao aluno que não existem fatos isolados e que todo acontecimento deve ser entendido à luz da realidade que o cerca. A análise do contexto permite também que o aluno relacione outros acontecimentos inseridos na mesma realidade.

Na análise do próprio contexto encontramos os antecedentes (terceiro passo de nosso roteiro), onde perceberemos os fatores estruturais e conjunturais, além de seus determinantes mais específicos e até acontecimentos sem muita importância estrutural, mas que catalisam o processo em direção ao evento estudado.

Após os antecedentes, analisaremos o fato, o evento propriamente dito, através de suas características e seu significado histórico. Por fim, já com a preocupação de estabelecer uma relação com um próximo evento, vamos conhecer os desdobramentos onde estabeleceremos um gancho para analisar um próximo assunto, utilizando o mesmo roteiro de análise, ou seja:

1- TEMPO/ESPAÇO
2- CONTEXTO HISTÓRICO
3- ANTECEDENTES
4- O EVENTO
5- DESDOBRAMENTOS

Fonte: historianet

O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO


Vinícius de Moraes


E o Diabo, levando-o a um alto monte,
mostrou-lhe num momento de tempo
todos os reinos do mundo.
E disse-lhe o Diabo:


– Dar-te-ei todo este poder e a sua glória,
porque a mim me foi entregue e dou-o
 a quem quero; portanto, se tu me
 adorares, tudo será teu.

E Jesus, respondendo, disse-lhe:

– Vai-te, Satanás; porque está
 escrito: adorarás o Senhor teu Deus
e só a Ele servirás.

Lucas, cap. V, vs. 5-8.




Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:

Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.


De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?

Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!

E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:

Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.

De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia 

Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação! 

Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia 
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento! 

Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava. 

O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela 

Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.

Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:

A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.

E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.

Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.

Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.

Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.

De sorte que o foi levando
Ao alto da construção

E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.

Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.

O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.

Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.

E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.

Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.

E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.

Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão

De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

EM CONSTRUÇÃO