1933 – É criada a Gestapo, polícia secreta da Alemanha
nazista Com função de investigar “todas as tendências perigosas para o Estado”,
polícia torturava para designar prisões forçadas
A Gestapo - contração
de Geheime Staatspolizei (Polícia Secreta do Estado) - foi criada em 26 de abril de 1933 por Hermann
Göring, então ministro do Interior da Prússia, tendo como origem a Polícia
Secreta Prussiana.
A polícia secreta oficial da Alemanha nazista, totalmente
subordinada às SS (Schutzstaffel ou, em português "Tropa de
Proteção"), foi dirigida a partir de 1936 por Reinhard Heydrich, até sua
morte no atentado de Praga em 1942.
Formada por oficiais de polícia de carreira e profissionais
do Direito, sua organização e funções foram rapidamente fixadas por Göring (à
esquerda na foto) depois da ascensão de Hitler ao poder em janeiro de 1933.
Rudolf Diels foi o primeiro chefe da organização.
A função da Gestapo era investigar e combater “todas as
tendências perigosas para o Estado”. Tinha plena autoridade para investigar
casos de traição, espionagem e sabotagem, além dos ataques ao Partido Nazista e
ao Estado.
A lei chegou a ser modificada a fim de que as ações da
Gestapo não pudessem ser submetidas à revisão judicial. A organização foi
também excluída de julgamento pelas cortes administrativas, ante as quais os
cidadãos poderiam demandar o Estado para que cumprisse as leis.
O poder da Gestapo que mais permitia abusos era a Schutzhaft
ou 'custódia preventiva', um eufemismo para designar prisões sem procedimentos
legais, tipicamente em campos de concentração. A pessoa encarcerada tinha de
firmar o Schutzhaftbefehl, documento em que declarava seu desejo de ser
encarcerada. Habitualmente isto se conseguia submetendo-a a torturas.
O primeiro diretor, Diels, converteu a Gestapo numa agência
policial com jurisdição nacional, comparável com muitos exemplos modernos como
o FBI nos Estados Unidos.
O papel da Gestapo como polícia política não era muito
evidente até que Göring fosse nomeado sucessor de Diels como seu comandante na
Prússia. Göring recomendou estender o poder da Gestapo para além daquele país,
até abarcar toda a Alemanha, com exceção da Bavária, onde o Reichsführer-SS
Heinrich Himmler exercia a chefia da polícia da província e valeu-se das
unidades locais da SS como força policial política.
Em abril de 1934, Göring e Himmler concordaram em pôr de
lado suas diferenças devido em grande medida ao ódio que ambos sentiam pelas SA
(Sturmabteilung) de Ernst Röhm, um dos braços armados do Nacional Socialismo
durante a Segunda Guerra Mundial. Göring transferiu às SS toda a autoridade da
Gestapo (registrado na foto acima), que foi incorporada à Sicherheitspolizei
(Políicia de Segurança) organização assemelhada ao Sicherheitsdienst (Serviço
de Informação).
À medida que o Exército Vermelho e os Aliados penetravam em
todas as frentes pelo interior da Alemanha, já no final da Segunda Guerra
Mundial, a instituição ia desaparecendo.
A partir dos primeiros dias de abril de 1945, funcionários
da Gestapo começaram a queimar arquivos e documentos nas instalações e pátios
centrais do edifício, sendo visíveis as colunas de fumaça nas cercanias da
Wilhelmstrasse, principal avenida dos ministérios.
Na alvorada de 29 de abril de 1945, a 301ª Divisão de
Fuzileiros, comandada pelo coronel soviético Antonov, lançou um assalto com
dois regimentos e conseguiu colocar uma bandeira vermelha na sede da Gestapo,
porém teve de recuar nessa mesma tarde em virtude de um forte e nutrido
contra-ataque da Waffen SS. Não puderam libertar os últimos sete presos
políticos que tinham sobrevivido a um massacre de detentos em 23 de abril.
Em 1º de maio, durante a noite, homens da SS retiraram os
sete prisioneiros da cela principal e os trasladaram a outra cela no sótão,
dando morte a um dos detidos, um suboficial da Wehrmacht. Na madrugada de 2 de
maio, o edifício foi tomado pelo Exército Vermelho, que libertou os presos e
lhes deu alimentos. Entretanto, um soldado russo, ao manusear a arma, disparou
acidentalmente um tiro que matou o ‘ex-gauleiter’ Joseph Wagner, quem havia
caído em desgraça pelo regime nazista por suas crenças religiosas.
A organização foi dissolvida por decreto do general Dwight
Eisenhower, comandante das Forças Expedicionárias Aliadas, em 7 de maio de
1945. No Julgamento de Nuremberg, a Gestapo foi considerada uma organização
criminosa ficando proibida em toda a Alemanha.
A sede central da Gestapo em Berlim estava localizada na
Prinz Albrechtrasse, número 8, um edifício que havia sido um teatro e que
atualmente acolhe uma exibição permanente da “Topografia do Terror”. Desde
1934, era conhecida pelos berlinenses como a “casa dos horrores” pelas notícias
que corriam sobre as torturas aos presos que eram algemados por curtas
correntes às paredes horizontalmente.
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