Conhecido por participar de histórias
de Robin Hood e Ivanhoé, também foi
um dos protagonistas da III Cruzada
um dos protagonistas da III Cruzada
Em 6 de abril de 1199, Ricardo ‘‘Coração de Leão’’ é ferido e morre durante o cerco do castelo de Chalus, no centro da França. Este rei da Inglaterra se mostrou sempre como um político mediocre, envolvido pelo imperador da Alemanha, pelo rei da França e por seus próprios barões. No entanto, a posteridade indulgente guarda dele, um comandante militar de modos brutais e desprovido de qualquer senso político, uma aura paradoxal, a imagem de guerreiro cavalheiresco e vigoroso.
Filho favorito de Alienor da Aquitânia, Ricardo, que viria ser apelidado de ‘‘Coração de Leão’’ depois de suas ações na Terra Santa, nasce em solo inglês porém moraria no total poucos meses no reino que lhe havia legado seu pai, Henrique II.
Ricardo nasce em 8 de setembro de 1157. Acompanhou sua mãe a Poitiers, capital da Aquitânia (sudoeste francês), onde ela ruminaria seu amargor por ter sido traída pelo seu jovem e fogoso marido, Henrique II.
Ele se inicia como todo jovem nobre de seu tempo nas artes marciais e nos torneios mas também na poesia. Falava latim e se jactava de escrever versos em francês e em occitano, local.
Segundo a tradição, o rei visava legar a seu filho mais velho o trono da Inglaterra e o ducado da Normandia; a Ricardo, a Aquitânia e o Anjou; a Geoffroy, a Bretanha. Não previu nada para o filho caçula, João, que passou para a história, como "João sem Terra".
Em 6 de janeiro de 1169, Henrique II conclui com o rei da França Luis VII uma paz perpétua baseada na promessa de casamento entre Alice, 9 anos, filha de Luis e Ricardo, 11 anos.
Henrique II corrige porteriormente a partilha de sua herança atribuindo ao filho João os castelos de Chinon, Loudun e Mirebeau.
Henrique, o filho mais velho, protesta contra o chama de ‘‘roubo de herança’’ e busca apoio nos irmãos Ricardo e Geoffroy. Henrique II reage. Como Ricardo se tornaria o novo herdeiro do trono da Inglaterra, Henrique projeta transferir Anjou e Aquitânia a João. No Natal de 1184, Henrique II reune a família para uma prece solene de pacificação. Contudo, em 19 de agosto de 1186, Geoffroy morre por ocasião de um torneio na corte de Philippe Auguste.
De repente, surge a terrível notícia: Jerusalém cai em mãos dos sarracenos. Uma nova Cruzada Santa se impõe, 40 anos após a precedente. Ricardo se incorpora sem pestanejar.
Em 6 de julho de 1189, Henri II morre de crise cardíaca no castelo de Chinonceau.
Ricardo é coroado rei em Westminster em 3 de setembro de 1189. Resolve por-se logo em marcha para a Terra Santa não sem antes enfrentar o rei da França, Philippe Auguste, que o pressiona para se casar com a infeliz Alice, que havia sido desonrada por Henrique II. Ricardo, celibatário empedernido, não tinha nenhuma vontade.
A frota inglesa, por fim, solta as amarras em 12 de abril de 1191. Era o começo da III Cruzada. Ricardo desembarca na ilha grega de Chipre para depois chegar a São João de Acre no norte da Palestina.
Acre é tomada ao cabo de um mês. Todavia, irritado por uma querela com o duque Leopoldo da Áustria, Ricardo, colérico como de hábito, joga um estandarte do duque do alto de uma muralha. Esse insulto lhe custaria caro.
Enquanto isso, o rei cavaleiro manda executar os prisioneiros turcos na praia, seguindo depois com seu exército pela costa até Jaffa, sem deixar de ser acossado pelas tropas do sultão Saladino. Conquista a faixa costeira, porém não tendo conseguido conquistar Jerusalém, resigna-se a concluir em setembro de 1192 uma trégua de três anos com o sultão.
O fracasso da Cruzada, apesar das relações de cortesia com o adversário, o faz resolver retornar à Inglaterra. Toma conhecimento das intrigas entre seu irmão João sem Terra e o rei Philippe Auguste. Seu navio, porém, naufraga nas costas italianas. Em Londres se acreditava que o rei tinha morrido, mas Ricardo chega à Inglaterra, onde com auxílio de um punhado de amigos, reconquista em segredo seu reinado.
Disfarçados em viajantes anônimos, os ingleses penetram na Áustria mas são reconhecidos e capturados pelos homens do duque Leopoldo, o mesmo que havia insultado em Acre. O duque ‘‘vende’’ seu real prisioneiro ao imperador da Alemanha, Henrique VI, o qual iria negociar sua libertação contra um enorme resgate de 100 mil libras. Somente em março de 1194 que Ricardo recuperaria suas terras.
Em 1196 conclui um tratado com Philippe Auguste pelo qual ele lhe cede as fortalezas normandas de Gaillon e Vernon. Para proteger o que lhe resta da Normandia, manda construir uma poderosa fortaleza às margens do Sena.
O nome de Ricardo Coração de Leão está associado a dois herois fictícios: Robin Hood e Ivanhoé, que contribuiram para a sua popularidade póstuma.
FONTE: OPERA MUNDI
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