Fazia uma semana que grupos de estudantes secundaristas e universitários se reuniam no Quartier Latin, bairro tradicional de Paris onde fica a Universidade de Sorbonne. Eles protestavam contra a Guerra do Vietnã, o autoritarismo do governo conservador de Charles de Gaulle e a prisão de estudantes em manifestações pela paz.
Até que, no dia 10 de maio, quando um grupo se reunia com o reitor para negociar a libertação de colegas presos, a minoria revolucionária de estudantes tornou-se, sem aviso ou plano, uma maioria revoltada. Doze mil jovens cercaram a universidade, recusando-se a “circular”, como ordenava a polícia. Eles levantaram carros, atiraram pedras e coquetéis molotov, cercando os policiais. Ao fim da resistência, não conseguiram vitórias concretas. Mas detonaram uma série de eventos que abalariam o governo De Gaulle. E inspiraram revoltas em todo o mundo, que fariam de 1968 um dos anos mais agitados do século 20.
Paris é uma festa
A noite mais violenta das manifestações de maio de 1968
Defesa improvisada
Para se proteger das bombas de gás lacrimogênio e dos cacetetes da polícia, os estudantes usavam capacetes de moto, pano sobre o nariz e a boca e óculos de mergulho para evitar a irritação nos olhos.
Armas urbanas
A principal arma dos estudantes foi o calçamento das ruas. As mulheres ajudavam a arrancar paralelepípedos com picaretas e os homens lançavam uma chuva de pedra sobre as cabeças dos guardas. Foram 247 policiais feridos. Um mês depois, os paralelepípedos foram trocados por asfalto.
Palavras de ordem
Outra arma dos jovens foi a palavra. Eles pichavam, nos muros e monumentos do bairro, lemas como “A imaginação no poder”, “Corra camarada, o velho mundo está atrás de você”, “Eleição, armadilha para trouxas”, “Somos realistas, queremos tudo” e o clássico “É proibido proibir”, entoado no mesmo ano no Brasil.
PM de primeiro mundo
Uma tropa de 6,2 mil policiais foi proteger a universidade. Somente às 2h, chegou por rádio o comando para atacar: “Primeiro, uma ordem verbal para a dispersão; segundo, intimações; terceiro, pôr em marcha os batalhões. Dispersem todo mundo”. Nenhum estudante morreu no conflito.
As barricadas
Sessenta carros, árvores, grades, pedaços de pau e paralelepípedos formaram as montanhas de até 3 metros de altura. Bandeiras pretas e vermelhas foram fincadas sobre as barricadas, representando o anarquismo e o comunismo. Foram cerca de 21 barricadas grandes e outras 40 em 15 ruas do Quartier.
Força operária
Embora os operários não costumassem se misturar aos universitários, alguns deles foram fundamentais no dia 10 de maio. Eles providenciaram motosserras para derrubar os plátanos centenários das calçadas do Quartier. No dia 13, 8 milhões de operários entraram em greve geral por maiores salários e redução da carga horária.
FONTE: Aventuras na História / Tarso Araújo
LEIA TAMBÉM: Muito além da França: A revolta pelo mundo; Maio68
http://aiyelujara.blogspot.com.br/2012/05/muito-alem-da-franca-revolta-pelo-mundo.html
Entenda o Maio de 68 francês - http://aiyelujara.blogspot.com.br/2012/05/entenda-o-maio-de-68-frances.html
LEIA TAMBÉM: Muito além da França: A revolta pelo mundo; Maio68
http://aiyelujara.blogspot.com.br/2012/05/muito-alem-da-franca-revolta-pelo-mundo.html
Entenda o Maio de 68 francês - http://aiyelujara.blogspot.com.br/2012/05/entenda-o-maio-de-68-frances.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário