Dados do Censo 2010 apontam que pessoas autodeclaradas indígenas representam 0,53% da população gaúcha
O número de índios que vivem no Rio Grande do Sul diminui em quase seis mil em 10 anos. A população indígena, que era de 38.718 em 2000, caiu para 32.989, em 2010, o que representa uma queda de 15,03%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados preliminares, que fazem parte do Censo 2010, foram divulgados na manhã desta quarta-feira. São 5.729 indígenas a menos no Estado.
As pessoas que se autodeclararam índios no levantamento do IBGE representam 0,53% da população gaúcha, que era de 10,7 milhões em 2010. O número de indígenas que vivem em Porto Alegre também diminuiu de 6.356, em 2000, para 3.308, em 2010. No período, houve diminuição na população de índios que vive em cidades, enquanto houve crescimento no campo.
No total, os índios que vivem no RS representam 4,03% do total de índios do Brasil.
Ao todo, 817 mil pessoas se autodeclararam indígenas no Censo 2010, o que representa 0,4% da população nacional. Houve um crescimento no período 2000/2010 de 11,4% (84 mil pessoas). O aumento, entretanto, é bem menos expressivo do que observado no do período 1991/2000, que foi de aproximadamente 150% (440 mil pessoas).
Não foram alvo da pesquisa os povos indígenas brasileiros considerados "índios isolados". Segundo o Censo de 1991, em 34,5% dos municípios brasileiros residia pelo menos um indígena autodeclarado. No Censo de 2000, esse percentual cresceu para 63,5% e, de acordo com o Censo 2010, chegou a 80,5% dos municípios brasileiros.
Os resultados do Censo 2010 revelaram, em relação a 2000, um ritmo de crescimento anual de 1,1% para a população indígena. Na área urbana, o incremento foi negativo, correspondendo a uma redução de 68 mil pessoas, a maioria proveniente da região Sudeste. As pessoas que deixaram de se classificar como indígenas na área urbana podem não ter afinidade com seu povo de origem.
Mesmo com evidências de que os povos indígenas estivessem experimentando crescimento acelerado em função de altas taxas de fecundidade, os dados censitários de 2000 superaram as expectativas, com um ritmo de crescimento anual de 10,8% no período 1991/2000. Esse fato reflete o aumento do número de pessoas que, em 1991, se identificaram em outras categorias e que, em 2000, passaram a se identificar como indígenas.
O IBGE elaborou um documento especial e uma página em homenagem ao Dia do Índio, com análises e dados comparativos dos Censos de 1991, 2000 e 2010 acerca da distribuição espacial da população que se autodeclarou indígena.
FONTE: ZERO HORA
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