A falta de higiene e saneamento na Europa Medieval deu origem à bactéria. Um terço da população do continente morreu por causa da Yersinia Pestis.
As condições sanitárias da Europa Medieval provocaram a maior e a mais trágica das epidemias na história: a Peste Bubônica, mais conhecida por Peste Negra. Ela foi a responsável pela morte de milhões de pessoas no século 14. Historiadores estimam que um terço da população do continente não resistiu ao poder letal da bactéria Yersinia Pestis.
Becos cobertos de lama, sujeira, lixo, animais mortos - as condições eram subumanas na Europa Medieval. Tanta falta de higiene e saneamento dava origem a ratos e pulgas, os grandes transmissores da bactéria da Peste Negra. Mesmo tendo ocorrido há séculos, os especialistas alertam: a vigilância deve ser constante.
“A gente precisa continuar pesquisando e desenvolvendo técnicas mais avançadas, mais sensíveis, para evitar que ocorra uma nova pandemia”, explica Tereza Cristina Balbino, pesquisadora e chefe do Departamento de Microbiologia do Aggeu Magalhães, da Universidade Federal de Pernambuco. O local abriga o setor de Biossegurança nível 3, o mais alto existente no Brasil, onde estão isolados microorganismos que podem levar à morte.
De acordo com o professor de História Geral, Ricardo Gomes, no primeiro momento, o povo medieval não tinha consciência de como a Peste era provocada. “O conceito de higiene, hoje, é muito diferente do que se tinha no século 14. Quando havia sistema de esgoto, tinha valas, correndo a céu aberto, que terminavam no rio. Se não chovesse, os dejetos não corriam para o rio. Isso deixava o ambiente propício para a doença”, diz o professor.
Ele explica que a medicina daquela época era um misto de crença popular, magia, astrologia e até artesanato: “Havia quem dissesse que a Peste era provocada pelo alinhamento irregular dos planetas, que liberavam gases. Era recomendado às pessoas que elas cheirassem ervas e especiarias. Eles achavam que o ar contaminado iria atingir a essência do espírito e provocar a doença”.
Sodomitas, prostitutas e homossexuais chegaram a ser expulsos de Florença, na Itália, acusados de serem os transmissores da Peste. “Na busca desesperada pelos culpados, muita gente chegou a acusar os judeus. Diziam que eles envenenavam os poços, disseminando a doença entre os cristãos”, conta Ricardo Gomes.
Apesar de ter causado muitas mortes e transtornos no continente, pesquisadores afirmam que a Peste Negra teve seu lado bom: “Foi positiva porque tirou a Europa da inércia. É como se a Peste tivesse dado um sacolejo e, a partir dali, muitas coisas mudaram”.
FONTE: G1 PERNAMBUCO
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